Esboço |
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Baudelaire_UMA MÁRTIR DESENHO DE UM MESTRE DESCONHECIDO
Baudelaire
[Paris, 1821-1867]
UMA MÁRTIR DESENHO DE UM MESTRE DESCONHECIDO
Pelo meio dos frascos, de estofos brilhantes
E dos móveis voluptuosos,
Entre mármores e quadros, vestidos fragrantes
Rojam plo chão, sumptuosos,
Numa tépida alcova onde, tal como a estufa,
O ar é perigoso e fatal,
Onde os bouquets, morrendo em seus caixões de vidro,
Exalam o seu sopro final,
Sem cabeça, um cadáver derrama, qual rio,
Sobre a almofada já sem sede
Um sangue bem vermelho, pla tela bebido
Com a avidez de um prado seco.
Semelhante às visões que se criam na sombra
E que nos prendem sempre os olhos,
A cabeça, com o monte de sombrio cabelo
E as suas jóias preciosas,
Na mesa de cabeceira, tal como um ranúnculo,
Repousa; e, sem pensar em nada,
Um olhar branco e vago, tal como o crepúsculo,
Escapa dos seus olhos em alvo.
Na cama o corpo nu, sem escrúpulos, expõe
No abandono mais completo
A beleza fatal e o secreto esplendor
Que lhe ofereceu a natureza;
Na perna, ornada de oiro, uma rosada meia
Ficou-lhe como uma lembrança;
A liga, com um olho secreto e em chamas,
Dardeja um olhar de diamante.
O aspecto singular daquela solidão
E de um retrato langoroso,
Aos olhos provocantes como a sua pose
Revela um amor tenebroso,
Alegrias culpadas e festas estranhas
Cheias de beijos infernais,
Que enchiam de prazer o enxame dos maus anjos
Entre as pregas dos cortinados;
E no entanto, ao ver a magreza elegante
Daqueles ombros bem cortados,
A cintura fogosa e as salientes ancas,
Tal como um réptil irritado,
É bem jovem ainda! – A sua alma exasperada
E, gastos plo tédio, os sentidos
Ter-se-iam aberto à matilha açulada
De errantes desejos perdidos?
O homem vingativo que não foste, em vida,
Capaz de saciar com amor,
Satisfez nessa carne inerte e permissiva
A imensidão do seu desejo?
Responde, impuro corpo! E plas rígidas tranças
Como braços febris erguendo-te,
Cabeça assustadora, diz se ele nos teus dentes
Quis colar o supremo adeus?
- Longe dos comentários, tão longe da turba
E dos magistrados curiosos,
Dorme em paz, dorme em paz, estranha criatura,
No teu sepulcro misterioso;
Corre mundo o teu esposo, e a tua forma imortal
Vela junto dele quando dorme;
Tal como tu, decerto ele ser-te-á fiel,
Sempre constante até à morte.
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Fonte, Urbano Tavares Rodrigues, os poemas da minha vida
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Quais os limites da Ergonomia no campo do Design e da Criatividade?
Acredito que limites propriamente ditos não existem. Criar uma peça de design nunca estará em causa devido à ergonomia, pelo contrário esta poderá ser mais um factor criativo e funcional para que o produto melhor de adapta à pessoa que o for consumir, proporcionando-lhe assim uma maior qualidade de vida. Podem haver factores a ter em conta para a criação do produto, como o estudo do potencial consumidor, da pessoa em si, no caso de ser peça única e de encomenda, as dimensões, o material, as cores ou até mesmo o contexto histórico-cultural, político e social da época ou do meio em que se vive mas nunca serão factores limitadores, são sim factores que irão certamente fazer com que o resultado da criação seja melhor, pois houve um estudo prévio de factores fundamentais para que o produto seja plenamente aceite e integrado.
Assim, considero que o utilizador/pessoa que irá utilizar o objecto é que poderá ter limites a levar em conta pela parte do criador.
Miguel de Sousa Ribeiro
Artes Plásticas e Multimédia
Assim, considero que o utilizador/pessoa que irá utilizar o objecto é que poderá ter limites a levar em conta pela parte do criador.
Miguel de Sousa Ribeiro
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